Mordeth: A esperança do metal rio-clarense

No começo dos anos 90, Rio Claro era uma cidade com uma cultura muito diversificada em matéria de metal. Nos dias atuais, ainda há pequenas bandas. A que mais se destaca neste cenário é a banda Mordeth. Formada pelos músicos Vladmir L. Matheus e Alin Melendez, a banda começou a dar seus primeiros passos em 1989.

Foi uma das primeiras bandas de death metal do interior paulista a emplacar carreira pelo país afora. “O som da banda pode ser descrito como uma harmonia clássica de death com um certo vigor, e as letras são cheias de uma força especial que só a banda tem”, explica Antônio Ferreira Netto, locutor de rádio e headbanger.

Vladmir “Vlad” L. Matheus (vocalista), Alin Melendez (guitarrista), Tamir Celso Vlti (baixista) e “Borbo” (baterista) são os músicos que compõem a atual formação da banda. Em 1993 a banda lançou a coletânea de músicas “Lux in tenebris” e, alguns anos depois, em 1997, o grupo de separa. Vlad monta a banda de heavy HAL 9000, uma banda de thrash metal que ficou bem popular na cidade, enquanto que os outros integrantes seguem carreiras diferentes.

As músicas da banda possuem letras que falam de ecologia e ficção científica, no caso são letras que denunciam a destruição da natureza e exploram o imaginário da mente humana. Embora os temas sejam considerados “brandos” para uma banda de death metal, as letras das músicas deixam claro que o som da banda não é nada leve. Como pode ser notado por um trecho traduzido da música “Dimension of Death. “Mil olhos acessos em outra dimensão, o rei que governa a vida caminha para a destruição. Máquinas perversas funcionam sem direção, pelos cantos da montanha de vidro mórbida”.

Em 2001, a banda se reúne novamente e lança mais uma coletânea, intitulada “Animicide”. Nessa época os integrantes estavam mais maduros e começaram a trabalhar nas composições de maneira séria. “Quem conheceu a banda em 1992 não dava nada para eles, um bando de garotos magricelos e cabeludos que tocavam metal. O visual deles não era diferente de outros grupos. Então, eles subiam no palco e todo mundo ficava boquiaberto. Os caras eram bons”, afirma Ferreira Netto.

Ano passado, a banda gravou uma outra coletânea pelo selo da Megatherion records, uma gravadora independente criada pela banda. O projeto foi intitulado “Robotic Dreams”. Mordeth também teve participações especiais em coletâneas de alguns álbuns de bandas europeias de death. Mordeth ganhou fama país afora no cenário musical nacional – o grupo foi escolhido para fazer o show de abertura da banda norte-americana Gamma Ray, quando tocou no Brasil, em 1997.

“Rio Claro, Piracicaba e Limeira eram ‘mecas’ do metal nos anos de 90. Atualmente poucas coisas são diferentes. Não há festivais e espaços como outrora e os fãs parecem estar se isolando. A verdade seja dita: as bandas antigas continuam resistindo, as novas bandas buscam um lugar ao sol, os fãs continuam fieis. Mas uma coisa é certa: ainda há esperança de que o cenário melhore para todos”, explica Vlad.

Texto: Luciana Nagata

Imagem: Banda Mordeth

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