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    O speed que agita as noites limeirenses. Cover de Judas Priest com atitude e estilo.

Como se produz um CD

Como qualquer pessoa os headbangers são grandes consumidores de “música”, eles possuem CDs, DVDs, MP3 e vinis de suas bandas preferidas. Enquanto ouvem o som cortante da guitarra e a voz rouca do vocalista cantando o refrão surge a pergunta: Como foi feito esse álbum? Quem fez tudo isso? Como é possível?

A resposta é simples, para se fazer um CD é preciso iniciar um longo e laborioso processo. Esse processo é a gravação em estúdio, a gravação em estúdio é o sonho da maioria dos músicos e bandas de diversos estilos musicais. É uma maneira de mostrar seu trabalho para o publico e divulgar sua obra. A gravação em estúdio possui “n” etapas: projeto, gravação, divulgação e distribuição.

O projeto começa como uma idéia, a banda cria músicas, faz shows, ensaios e então um dia decide gravar um CD. Os músicos procuram uma gravadora, eles entram em contato com o produtor musical e começam a negociar a gravação de um álbum. Com o contrato pronto começam a pensar no projeto. O projeto é um tipo de “esboço” do álbum, consiste em um relatório com observações sobre as músicas, o tipo de gravação, instrumentação, e etc. Quem avalia o projeto é o produtor musical, ele quem é responsável pela direção do projeto, cabe a ele decidir como o álbum deve ser gravado. O custo de produção musical profissional de um estúdio pode variar de R$:700,00 á R$2000,00 reais. Geralmente os músicos juntam dinheiro ou negociam formas de pagamento com o estúdio na hora de assinarem o contrato.

Depois da aprovação do projeto os músicos e o produtor musical realizam uma reunião para escolherem o estúdio, técnico de som, aparelhagem, dias de gravação e etc. Dependendo do tipo de álbum e do gênero musical é necessário um tipo específico de estúdio. Quando esta tudo decidido começa o processo de gravação. Os músicos vão para o estúdio e começam a “montar” as musicas do álbum, gravam os instrumentos depois a parte vocal, unem as duas gravações e começam a mixagem, a mixagem é o processo no qual o som é equalizado para que fique de maneira clara e profissional. Os trabalhos da gravação são realizados pelo técnico de som em conjunto com os integrantes da banda e o produtor musical.

Com as músicas prontas a banda começa a bolar a arte da capa do CD, esse trabalho fica por conta do designer gráfico que é encarregado de fazer a parte gráfica da produção. “A capa precisar ser algo atraente, pois a capa é a ‘cara’ da banda, precisa ser algo que tenha a ver com a banda e que seja um tipo de ‘ilustração’ para as músicas do álbum”-explica Jefferson Tamme, designer gráfico da empresa Maga Produções Musicais de Barueri-SP.

Após a gravação e a arte da capa estarem terminadas o produtor musical entra em contato com o advogado do estúdio, o papel do advogado é cuidar da burocracia da empresa que envolvem leis autorais e de direitos artísticos para que todo o processo seja regulamentado.

A divulgação do álbum fica por conta do assessor de imprensa da banda e do grupo de marketing da gravadora. Para divulgar o material da banda o assessor envia fotos e informações sobre eventos, shows, dia do lançamento do CD para diversos meios de comunicação. Com essas informações a mídia começa a divulgar o trabalho da banda.

Para promover o CD da banda revistas, jornais, sites publicam anúncios, resenhas e matérias que trazer algumas informações sobre o lançamento do álbum. A banda também promove o CD em shows, onde tocam as músicas do álbum, os músicos dão entrevistas á programas de rádio e de TV para promover seu projeto. Ter um website oficial da banda é importante para a promoção e divulgação de material, e ter uma página no Myspace é melhor ainda pois a banda pode articular seus novos trabalhos e compartilhá-los com o mundo todo.

Este longo processo ainda não teve fim, agora começa a distribuição do CD. Empresas especializadas contratadas pela gravadora distribuem o CD em lojas de música, lojas de instrumentos e etc. Então o tão esperado álbum chega nas prateleiras dos desses estabelecimentos comerciais e fica ao alcance do público.

Atualmente a indústria da produção musical vem enfrentando diversos problemas, dentre eles o download e a pirataria. Com a chegada da era digital muitas bandas gravam seus projetos em produtoras independentes e disponibilizam seu material online para ser “baixado”, nesse tipo de produção não ha processos legais e a banda fica a mercê de diversos problemas incluindo plagio e falsificação. “Hoje em dia, com a aparição dos ‘piratas’ as Companhias de discos caíram muito no mercado, sendo assim a maioria dos artistas trabalham independente das mesmas”-explica Frankye Arduini, produtor musical do estúdio Opus de São Paulo.

Devido ao alto custo da produção musical muitos músicos procuram a produção independe. Algumas bandas pequenas não podem bancar o alto custo exigido pelas gravadoras, então realizam gravações simples ao estilo “fundo de quintal” e vendem seus CDs durante os shows que fazem. É bem comum nos shows de metal mesmo nos dias de hoje as bandas pequenas venderem fitas cassetes com gravações demo de suas músicas durante os shows que fazem, algum amigo do dono do bar monta uma pequena ‘banca’ onde vende os CDs e fitas cassetes das bandas que estão se apresentando no lugar.

Uma da gravadora que se especializou somente em heavy metal é a Vampiria Records de Piracicaba, uma gravadora que começou como independente e que hoje é referencia na produção musical de metal nacional.

Texto e imagem: Luciana Nagata

Gêneros de metal- Parte 3





Acima um video que apresenta uma sátira a bandas de Black metal.


Metal melódico

O Metal melódico surgiu no inicio dos anos 90, possui características singulares de som como vocais agudos, solos de guitarra rápidos e a incorporação de instrumentos clássicos como flauta, piano e harpa. As músicas deste estilo são mais leves que as a dos estilos anteriormente vistos, as letras falam de épocas medievais, ou “mundos paralelos”, imaginação, fantasia e mágica. No exterior as bandas que representam o estilo são Avantasia, Rhapsody, Haagard e Kamelot. No Brasil as bandas que ganham destaque neste gênero são Dr. Sin, Amazon, Kalvarius, Lothlöryen e Soulspell.


Speed metal

O Speed metal é um gênero do metal que como os demais teve sua origem em meados dos anos 70 e 80. Este tipo de som é chamado de “speed” devido as batidas rápidas da bateria e dos solados rápidos da guitarra, pode ser considerado um som rápido porém que possui uma forte presença. As letras das músicas falam sobre fantasia, violência, opressão do governo sobre o povo, independência, sexo e o próprio universo do metal. As bandas que iniciaram o movimento foram Judas Priest, Running Wild, Motorhead, Metallica, Grave Digger, Accept e X-Japan. Aqui no Brasil as bandas que fazem parte do gênero são Stress, Blade War e Dorsal atlântica e etc.

Texto: Luciana Nagata

Gêneros de metal- Parte 2




O video acima mostra os diferentes generos de metal ao redor do mundo.

Metal progressivo

O Metal progressivo teve origem nos anos 60 e 70, este estilo veio do rock progressivo, é um estilo musical que combina elementos da música clássica, do jazz fusion e da música experimental. Normalmente as músicas deste estilo costumam ter uma duração superior a sete minutos. As bandas principais dentro do estilo são Rush, Jethro Tull, Pink Floyd, Genesis e Yes. Aqui no Brasil as bandas representantes do estilo são Rei Lagarto, Aquária, Karma, Khallice, Mindflow, Shaaman e Tuatha de Danann. As letras das músicas falam sobre filosofia, natureza, emoções, lendas, o imaginário e a psicodélia.


Gothic metal

O Gothic metal é um gênero de metal que é caracterizado por seu som sombrio, que possui uma atmosfera melancólica. As letras das músicas falam sobre religião, sexualidade e morte. O som das bandas do gênero utiliza muitos elementos da música erudita, como coros, orquestras e os vocais líricos. As bandas internacionais que deram origem ao Gothic metal são Paradise Lost, Lacuna Coil, Type O Negative, 69 Eyes. No Brasil as principais bandas de Gothic metal são Rosa Ígnea, Seduced by Suicide e Ravenland.


Thrash metal

O Thrash metal é um gênero do metal famoso por sua sonoridade rápida e por soar “cru” e pesado. Teve origem no começo da década de 80, advindo da musica hardcore punk o estilo se firmou como um som agressivo que expressa a revolta de uma geração. O termo “thrash” veio da música punk, era usado para classificar qualquer tipo de banda cujo som soasse brutal. O Thrash metal teve inicio com as bandas Anthrax, Megadeath, Overkill, Razor e Voivod e etc. As bandas precursoras do gênero no Brasil foram Ratos de Porão, Wardeath, Overdose, Chakal, Torture Squad e Azul Limão. As letras de Thrash metal geralmente falam sobre política, problemas sociais e ódio as formas de governo que oprimem o povo.


Death metal

O Death metal teve inicio nos anos 80, surgiu como um derivado do heavy metal que possuía um som mais enérgico que o metal tradicional e ao longos das décadas foi adicionando outros elementos a sua sonoridade como o “gutural”, consiste num tipo de canto onde a voz do músico soa como um grito rouco e abafado. As letras das músicas falam sobre niilismo, violência, morte e sobre a fragilidade da vida humana. As bandas que representam o estilo nos EUA e Europa são Bathory, Moonspell, Slayer, Kreator e Sodom. Aqui no Brasil as bandas pertencentes ao gênero são Mutilator, Holocausto,Sepultura ,Sarcófago ,Krisium , Sodamned e Vulcano.

Texto: Luciana Nagata

Gêneros de metal- Parte 1



O video acima ilustra os diferentes gêneros de metal e alguns sub gêneros.

O metal é um gênero musical fruto do rock que surgiu na década de 1960 e no começo da década de 1970 nos EUA e no Reino Unido. As raízes do heavy metal são: o blues, o rock e o jazz. As primeiras bandas que começaram a explorar esse gênero desenvolveram um som “maciço” que possui altas distorções amplificadas, prolongados solos de guitarra e batida enfáticas. É um som que pode ser descrito como uma forma extrema, em termos de volume, som e letras.


Sendo considerado um dos mais abrangentes gêneros musicais contemporâneos o metal possui uma vasta gama de gêneros que se dividem em sub gêneros. Os principais são: Heavy metal (termo também usado para classificar o metal em geral), Black metal, White metal, Metal Progressivo, Gothic metal, Thrash metal, Death metal, Metal melódico e Speed metal.


Heavy Metal

O heavy metal ou heavy metal tradicional foi o primeiro gênero que surgiu dentro do metal, ele foi o precursor do estilo musical. O heavy metal possui um sonoridade semelhante as primeiras bandas do gênero que surgiram nos anos 70 e 80, outra grande influencia desse gênero veio do hard rock e do blues. As principais bandas desse estilo são Iron Maiden, Deep Purple, Led Zepellim, Black Sabbat, Heaven and Hell. Aqui no Brasil as representantes do estilo são Viper, Salário Mínimo, Avenger, Black Rain, Hazy Hamlet e outras. Letras das músicas de heavy metal falam sobre historia, guerra, literatura, mitologia e a violência da qual sofrem os oprimidos de cada nação.


Black Metal

Gênero do metal considerado como o mais brutal dentre todos os gêneros. O black metal surgiu em meados dos anos 80 junto com o death metal, no entanto sua principal influencia veio do punk. É considerado um estilo sombrio, cru e agressivo e incorpora em suas letras temas como: satanismo, paganismo e mitologia nórdica em alguns casos há bandas cujas letras falam de neo-nazismo. As bandas principais desse estilo são: Venom, Darkthrone, Impaled, Nazarene, Mayhem, Hellhammer, Behemoth. Aqui no Brasil as bandas que representam o estilo são Lullaby, Korzus, Sarcófago, Unearthly, Esgaroth-black e Darkest Hate Warfront.


White metal

O White metal é um gênero dentro do metal que é essencialmente cristão. Teve sua origem no começo dos anos 70. Sofreu grande preconceito devido a imagem do metal estar ligada a temas considerados ofensivos ao cristianismo. Muitas igrejas cristãs não consideram certo “louvar o Senhor” com guitarras barulhentas e letras de protesto. As bandas principais dentro do estilo são Ressurrection, Messiahh Prophet, Jerusalem e Stryper. As letras são cheias de poesia e simbolismo positivo, também citações indiretas da bíblia. No Brasil o White metal é representado pelas bandas Oficina G3, Rosa de Saron, Fruto Sagrado, Expresso Lux, Livre Arbítrio, Militantes e Nova Razão.

Texto: Luciana Nagata

A tribo urbana dos headbangers

Em meu trabalho de conclusão do curso de bacharelado em Ciências Sociais, discorri sobre um tema ou assunto que se encontra muito presente na sociedade atual, mas que poucos são aqueles que escrevem um artigo ou texto de caráter científico ou metodológico sobre o mesmo, que é o das tribos urbanas no cotidiano moderno. Trata-se, no caso, de grupos de jovens (em sua maioria) que se unem e se organizam com o intuito de promoverem atividades artísticas, curtir shows e eventos musicais, organizar atividades políticas, participar de cultos religiosos – sem nenhuma finalidade de caráter normativo, individualista ou racional, mas sim estética, artística e emocional. E na minha pesquisa, em particular, discorri especificamente sobre a ”tribo” dos chamados headbangers (metaleiros na linguagem popular), que são os fãs do estilo musical do Heavy Metal.

Afinal, quem são os headbangers? Do ponto de vista estético, os headbangers, de uma forma geral, se vestem de preto, possuem cabelos compridos e utilizam utensílios ou acessórios que são incorporados à vestimenta (correntes, braceletes, pulseiras, bota etc.). Em suas roupas há diversos arquétipos e simbologias próprias, que foram criadas justamente para representar o estilo musical que escutam. Pode-se perceber a presença quase que generalizada e padronizada, por exemplo, da figura de uma caveira, de sangue, do demônio, dragões e personalidades míticas que formam a própria identidade do Heavy Metal.

O Heavy Metal, enquanto estilo musical, surgiu no final dos anos 60 na Inglaterra, em meio às classes suburbanas e médias do país, como uma forma de protesto ou de insubordinação a tudo aquilo que estava ocorrendo no mundo da época, como a grande influência do Industrialismo bélico e global no estabelecimento de guerras, violência, miséria generalizada, pobreza, da corrupção política…

Com o passar do tempo, foram surgindo diversas vertentes dentro do próprio Heavy Metal que foram adquirindo identidades, arquétipos e propostas próprias, sem necessariamente estar ligada a alguma causa política ou ideológica, como a New Wave of British Heavy Metal (criada nos anos 80 com bandas como Iron Maiden) o Thrash Metal (surgido nos anos 80 nos Estados Unidos e na Alemanha com bandas como Slayer, Metallica, Destruction e Kreator), o Power Metal (que apareceu na Alemanha e na Finlândia, com bandas como Helloween, Accept, Stratovarius, Sonata Arctic etc ), e o Black Metal, com bandas como Burzum, Behemoth e Venom. Não me aprofundarei no assunto em específico das características estruturais e rítmicas dos subgêneros do Heavy Metal e nem na citação das INÚMERAS outras vertentes deste estilo, pois não é o objetivo do artigo e nem do meu trabalho.

Os headbangers se organizam principalmente em shows, eventos musicais, bares e grandes galerias e centros (como a famosa Galeria do Rock na São Bento, em São Paulo) com o intuito de promoverem laços de solidariedade e união através da música e do compartilhamento de conhecimento e experiências com relação à mesma. É na hora dos shows musicais que se presencia a catarse emocional dos fãs do estilo e é onde se manifestam, nitidamente, os ritualismos presentes entre eles. E é exatamente nesse momento que a sua autonomia enquanto grupo é evidenciada. Em muitos momentos de empolgação, os headbangers praticam danças como o banging, que se baseia em um movimento violento do pescoço para frente ao ritmo da música e os moshs (fãs que sobem ao palco e se jogam para a plateia), além do famoso “sinal demoníaco”, que é feito com as mãos em qualquer momento do espetáculo musical para representar, através do dedo mindinho e do indicador, a figura do diabo e “o poder da música sobre o corpo”. Na verdade, esta simbologia manual foi criada em um contexto bastante diferente, mais especificamente na Itália da Idade Média onde o sinal (chamado tradicionalmente de Corna) servia para grupos arcaicos espantarem, através de rituais, o mau olhado ou alguma outra maldição, mas que foi incorporada à Modernidade através do Heavy Metal.

É essencial prestar atenção nestes tipos de relações micro-sociais, pois são elas que moldam as características básicas da nossa vida cotidiana e lhe dão uma forma rica e variada, que fogem do padrão clichê da análise pelo viés macro da Economia e da Política. Não se pode negar a importância da existência das tribos urbanas somente porque a sua atuação na sociedade não possui um valor utilitário no sentido de “procurar transformar o mundo”. Ao ser um sociólogo, é necessário bisbilhotar a realidade e investigar suas inúmeras características e dimensões, para que se possa olhá-la por ângulos diferentes e descobrir o quanto ela pode ser complexa, e acima de tudo, MÁGICA.

Texto: Victor Seiji Endo

Vitor é sociólogo e amante de literatura erudita.

Imagem: Luciana Nagata

Dá pra viver de música no Brasil?

Dedicação e treino são indispensáveis para qualquer músico. Não são garantias, no entanto, de sucesso. Os profissionais da área precisam mostrar talento para conseguir espaço no mercado de trabalho. O esforço é diário. Não há dia em que não haja treino e dificuldades. Mas também não há lugar para desânimo. Os obstáculos não devem desencorajar os jovens. Existem oportunidades de trabalho para músicos tão seguras e rentáveis quanto em outras profissões.


As orquestras sinfônicas são bons exemplos. É possível atuar como maestro ou instrumentista. Os salários nas maiores do país giram em torno de R$ 5 mil. No interior de São Paulo, há diversas orquestras efetivas em diferentes cidades. Em sua maioria elas são compostas por cerca de 80 músicos. Para trabalhar em uma sinfônica, os candidatos são submetidos a concursos públicos.


Quem é aprovado tem os mesmos benefícios de qualquer outro servidor público. Enfrenta uma acirrada concorrência e passa por uma avaliação muito rígida: os músicos tocam para uma plateia especializada, formada por grandes nomes da música erudita no Brasil. Eles decidem se o candidato tem condições de fazer parte da equipe.


A política salarial adotada por empresas e órgãos públicos (que possuem, inclusive, plano de carreira) valoriza o trabalho do músico e estimula quem sonha em se tornar um profissional. Hoje, o número de cursos e prêmios para quem toca música clássica aumenta o interesse de jovens pela música.


É bom lembrar que mesmo quem tem um emprego formal na área (seja como músicos de orquestras ou como professores), pode realizar trabalhos informais. Tocar em casamentos e festas é uma opção para os eruditos. Barzinhos e restaurantes, para músicos populares (isso inclui bandas de rock e metal). Ambos podem dar aulas particulares. Em Campinas há muitas oportunidades nesse sentido. E sobram vagas para os cursos nas escolas de música conservatórios.


Para ser um bom músico é preciso...

- Gostar do que faz

- Ter muita disciplina e determinação

- Treinar muito, diariamente, ser perseverante e paciente


Salário médio inicial

Professores de aulas particulares: de R$ 20 a R$ 50 por hora

Professores de escolas de música: R$ 1,4 mil mensais

Professores de universidades (mestres com dedicação exclusiva): R$ 2,5 mil por 40 horas semanais

Músicos de orquestras sinfônicas: de R$ 1,5 mil a R$ 5 mil.


Texto e Imagem: Nair Schimit

Nair é publicitária e curte metal.

O Heavy Metal sob um olhar etnográfico

No início da década de 70 uma banda lançou um disco estranho. A capa consistia na pintura de uma bruxa em frente a uma velha mansão — tanto o debut quanto o conjunto eram batizados de Black Sabbath. Para o ouvinte daqueles anos, familiarizado com blues, folk e o rock de Steppenwolf e Led Zeppelin, com certeza deveria ter estranhado em demasia a faixa de abertura daquela invulgar bolacha; toda composta na tenebrosa escala Diabolus in Música, a triatônica, e cujas letras relatavam o horror de um homem comum que presenciara, por acaso, a realização de um ritual de ocultismo — aquele foi a criação daquilo que ficaria conhecido como Heavy Metal.

Desde os primeiros riffs tenebrosos do Black Sabbath, a música pesada tomou forma nos anos setenta, explodiu nos oitenta, entrou em decadência na década de noventa e volta de novo com toda força no principio do novo milênio. São, ao todo, quase quarenta anos de guitarras estridentes, baterias destruidoras e uma variedade tão grande de estilos e tendências que até mesmo para o admirador mais assíduo fica difícil conhecer a música em sua completude.

Não há dúvida que a complexidade do Heavy Metal o transformou numa das inúmeras e mais complexas sub-culturas abrigada sob o extenso guarda chuva da cultura ocidental. Portanto, como fenômeno cultural e sociológico, faltava-lhe um estudo rigoroso que examinasse seus elementos mais básicos — isto é, uma análise totalmente despojada de dogmatismo e preconceito conservador com que alguns sacerdotes protestantes lançaram mão ao tentar desnudar a mensagem “oculta do rock” em livros de gosto duvidoso. O que faz com que este estilo tenha hoje uma legião de admiradores? O que estes fãs, músicos e produtores possuem em comum? O que a música representa para eles? Quais são as verdadeiras raízes do Heavy Metal? Por que ele explora temas considerados tão nefastos para o homem comum? E por que a sociedade em geral o vê com tantas reservas e restrições? Estas incógnitas são investigadas pelo antropólogo canadense Sam Dunn, um fã devotado do Heavy Metal e diretor do documentário “Metal: a headbanger’s Journey”.

Para a sua pesquisa, Dunn lança mão do já clássico método da observação participante: indo aos shows, entrevistando os fãs e músicos como Lemmy Kilmister, do Motorhead; Tom Arraya, do Slayer; Bruce Dickinson, do Iron Maiden e Ronnie James Dio, do Heaven And Hell; além de sociólogos, historiadores e estudiosos da música.

Outros compositores clássicos que também exerceram grande influência para o Heavy Metal, embora no documentário não sejam mencionados, foram Antonio Vivaldi, Sebastian Bach, Edward Grieg e Paganini — guitarristas como Richie Blackmore e Eddie Van Haley foram os primeiros a fundir o erudito com o rock.

Dunn poderia ter sido mais profundo ao abordar a questão da música clássica se entrevistasse a banda que radicalizou a fusão: os finlandeses do Apocalyptica. O blues também foi um dos elementos na criação no Heavy Metal. Tommi Iomi, do Black Sabbath, afirma no documentário que muito antes da banda se decidir pelo estilo que a consagrou, era um típico conjunto de blues e jazz. Nem preciso mencionar, mas quase 100% dos solos de Iomi e uma grande quantidade de bandas de hard rock e metal possuem suas músicas calcadas na escala criada pelos músicos de blues: a popularíssima pentatônica.

Outro ponto importante é ser o Heavy Metal um estilo gerado principalmente nas periferias, nos bairros de classe baixa das cidades inglesas ou das metrópoles americanas. Não foi sem razão que Bruce Dickinson disse que o metal era a opera da classe operária. Um fato ilustrativo é o relato de Lemmy sobre reunir-se toda a noite, durante sua infância, com seus amigos, em frente a uma cabine telefônica para contar histórias. Motivo? Era a única fonte de luz disponível na comunidade.

Ronnie James Dio esclarece a origem do famoso símbolo dos “chifres”. Sua origem remonta ao folclore italiano, chamando-se originalmente de “Meloik”, era feito por sua avó quando passeava com o pequeno Ronnie James pelas ruas e via uma pessoa de quem desgostava, usava-o como uma maneira supersticiosa de espantar o mau olhado, também podia ser usado para jogar emanações negativas em alguém; Dio admite não ter efetivamente criado o símbolo, mas o aperfeiçoou e tornou-o uma marca registrada não só do Metal, mas de todo o rock.

Estranho foi quando Tom Arraya admitiu ter uma formação católica, ao mesmo tempo em que lança um disco intitulado “God hate us All”. A escusa para justificar esta ambiguidade simplesmente não convence. Muito mais coerente com sua arte foi seu companheiro de banda Kerry King: “Gosto de mandar bala na religião porque é a maior máquina de lavagem cerebral existente e totalmente legalizada nos Estados Unidos”.

O capítulo destinado a investigar o Black Metal norueguês fica sujeito a restrições. Sam Dunn se detém apenas aos incidentes em que extremistas queimaram dezenas de igrejas no início dos anos noventa. O erro é corrigido nos extras, em que há um documentário destinado à investigação do Norwein Black Metal. O antropólogo faz bem em rastrear-lhe as partes fundamentais: o orgulho da Noruega em fazer parte de uma cultura de “gigantes” — a cultura vinking — e o ódio contra tudo que deturpe o sentido real dessa cultura, seja o capitalismo, o socialismo, o cristianismo, a democracia ou qualquer uma das instituições advindas da modernidade. O metal negro encaixa-se na definição de fundamentalismo usada pelos sociólogos Anton Shupe e Jeffrey Hadden, que o classificam como um movimento: “que visa recuperar a autoridade sobre uma tradição sagrada que deve ser reintegrada como antídoto contra uma sociedade que se soltou de suas amarras institucionais”. Curiosamente, a definição também tem muito sentido quando usada para descrever o fundamentalismo protestante dos Estados Unidos.

Uma outra falha de Sam Dunn foi não ter feito a ligação entre Heavy Metal, literatura e cinema. É sabido que muitos músicos tiraram os temas sombrios de escritores como Edgar Allan Poe, Lord Byron, Novalis, Stephen King, Charles Baudelaire, H.P. Lovecraft, Willian BlackWood e escritores especializados em fantasia, como J.R.R Tolkien — Steve Harris, por exemplo, é um grande leitor de poesia inglesa. Quanto à sétima arte, filmes de terror como “O Exorcista”, “Psicose” e “O Homem de Palha” foram muito influentes na formação do gênero.

As falhas da pesquisa não tiram o brilho nem o mérito do jovem antropólogo Sam Dunn, que responde de maneira satisfatória às perguntas que se propôs solucionar. A Headbanger’s Journey é um belo documentário que não vai interessar apenas aos fãs do som pesado, mas todo e qualquer estudioso da história da música ocidental.

Texto: Ricardo Lima

Ricardo Lima é sociólogo e amante de boa música.

Imagem: Metalfilms.INC

Artigo- Como criar uma banda

Hoje, centenas de bandas surgem mensalmente no Brasil. Número que, certamente, atinge os milhares no âmbito mundial, um fenômeno parecido com o de criar um blog. Jovens se dedicam a aprender um instrumento musical e iniciar uma carreira musical que muitas vezes acaba bem antes do primeiro disco ser gravado.

Pois é, como os blogs, grande parte das bandas que nascem, desaparecem rapidamente quando os primeiros desafios e dificuldades aparecem. Para se manter uma banda ativa, é preciso paixão, disciplina e um mínimo de talento, que não deve morrer nas primeiras críticas negativas recebidas. É preciso estar aberto para a evolução e fechado para o preconceito musical, ter paciência e saber aonde se quer chegar.

Não existe uma fórmula para se produzir arte, que é simples manifestação de sentimentos sob uma forma, seja ela sonora, visual ou de outro sentido, ela precisa ser percebida. Porém, os primeiros passos são universais e vou tentar aqui fornecer algumas dicas para quem quer montar uma banda.

Primeiro é preciso definir o que é sua banda. Não me refiro a rótulos, mas é preciso saber em que universo sua banda irá girar.

Faça aquilo que você acredita e emocione-se. Não tenha medo de se emocionar ou o com o que as pessoas vão pensar sobre você, esta é a diferença entre o bom e o ruim: as pessoas percebem quando você está sendo sincero – alguns sempre vão rejeitar ou ridicularizar, é preciso estar preparado para isso – mas a maioria das pessoas respeita o que é verdadeiro e sincero e se deixa contagiar; assim surgem os primeiros seguidores. Procure fazer tudo com extrema qualidade e perfeição. Mesmos os rocks mais barulhentos são bem pensados e executados, pode ter certeza de que você não chegará a lugar nenhum tocando “meia boca”. Mesmos assumidamente desleixados, como Ramones, Nirvana e a maioria das bandas punks, possuíam um planejamento de postura, sonoridade e visual.

A gravação do CD demos é primordial. Procure um estúdio que ofereça uma boa produção, que é fundamental para o êxito do CD. Você tem a internet ao seu favor, abuse dessa ferramenta – existem vários sites para você disponibilizar suas músicas para download, cadastrar e criar um perfil para sua banda e encontrar lugares para tocar. Preencha todos os espaços possíveis, grave vídeos no youtube e divulgue seu nome.

Toque ao vivo, ensaie exaustivamente e toque em bares, ganhe experiência de palco e crie um público fiel. Planeje sua apresentação e ofereça uma performance diferente. Ao contrário do que se imagina, seguir tendências musicais não é bom. Seguir uma tendência pode até ser um atalho para a fama, mas sua banda nunca terá visibilidade e respeito. Crie seu nicho e suas oportunidades, cultive um novo estilo, uma nova sonoridade. Se você criar uma tendência musical, aí sim terá feito a coisa certa. Pode ter certeza. Finalmente, quando tiver com um som interessante, criativo e de qualidade pode ter certeza de que sua banda é uma banda de verdade.

Texto: Eduardo Edmocrio

Eduardo é músico e jornalista.

Imagem: Banda Sepultura.

Como manter seu casamento mesmo sendo headbanger

Nós, pobres coitados que gostamos de música pesada, sempre enfrentamos dificuldades de convivência com seres humanos ditos normais. Ninguém entende nossa paixão por guitarras pesadas, bateria bate-estaca e vocais agudos ou guturais. Essa incompreensão alcança níveis dramáticos quando o headbanger resolve casar. Todos sabem que casamento depende de um equilíbrio muito tênue, que horas e horas de exposição ao Heavy Metal podem estragar.

Então, para aqueles que enfrentam a mesma situação que eu, aí vão algumas dicas de comportamento marital.

1. Seja um marido presente nos momentos importantes como: faxina da casa, lavagem de louça, manutenção, subir escadas pra guardar tralha etc;

2. Lembre-se de dar um beijinho nela a cada seis horas ouvindo música;

3. Libere um cartão de crédito e diga pra ela que é sem limite. Depois fale com o seu gerente e peça um empréstimo pessoal de, no mínimo, R$ 20 mil

4. Mantenha muito bem escondidas aquelas fotos suas de calça colada, cabelo no ombro e braceletes de espinho;

5. Se você tiver alguma foto com corpse paint, queime;

6. Não leve sua correntinha de cruz invertida no batizado do seu filho;

7. Guarde as fotos que você tirou do seu filho com a camiseta do Metallica bem no fundo da gaveta;

8. Nunca, jamais, reclame por que o filho “dela” está ouvindo música techno;

9. Compre um bom par de fones de ouvido;

10. Sempre finja estar dormindo quando estiver com os fones de ouvido, pra ela não arrancar o som da tomada e jogar pela janela quando te chamar e você não responder.

Se você se esforçar nesses quesitos, pode ser que ela ainda esteja tolerando sua coleção de CDs daqui a 10 ou 15 anos. Depois desse prazo não adianta, elas reclamam mesmo. Ah, mas isso tudo só vale se você não for o Lemmy (vocalista da banda Motorhead, notoriamente famoso por ser feio). Nesse caso, você não dá a mínima pra mulher, e manda ela buscar uma cerveja e boa.

Ou uma solução mais simples antes de sair com “fulana” e arrumar compromisso sério: prefira a “ciclana” que é headbanger como você e que não vai te encher o resto da vida por você ser quem é e seja feliz!

Texto: Herasmo Santos

Herasmo é cronista e colaborador do site Cifraclub do Terra.

Imagem: PhotoBucket.com

Documentários sobre Metal

O Heavy Metal é um estilo musical cuja cultura é muito vasta. Para explorar essa cultura, diversos cinegrafistas fizeram filmografias que adentram esse meio musical e sua cultura.

Eis uma lista dos documentários sobre Heavy Metal.


Heavy Metal Parking Lot (Jeff Krulik e John Heyn, 1986)

Jeff Krulik e John Heyn fizeram algumas filmagens com headbangers num estacionamento de um show das bandas Judas Priest e Dokken. Uma câmera ligada e muita bobeira na cabeça. O resultado foi a face documental da juventude headbanger dos anos 80 vista pelo ponto de vista dos próprios fãs. O longa não deve ser levado a sério, já que em boa parte das entrevistas os jovens estavam “elétricos” pela euforia do show ou bêbados.


Anvil: The Story of Anvil (Sacha Gervasi, 2009)

Um longa-metragem sobre a banda canadense Anvil, que era considerada uma banda destinada ao sucesso no metal dos anos 80. No entanto, a banda acabou sendo esquecida por tudo e por todos. No filme há cenas comoventes, como shows da banda onde havia somente três pessoas na plateia.


Until the Light Takes Us (Aaaron Aites e Audrey Ewell, 2009)

Documentário muito realista e pesado que explora a cena do black metal norueguês. Seitas satanistas, atos criminosos contra pessoas e igrejas são somente algumas coisas do longa. E para fechar o longa com chave de ouro, uma entrevista com o controverso e estranho Varg Vikernes (ex-integrante da banda Burzum). Varg pegou 20 anos de prisão por ter assassinado brutalmente seu colega de banda.


The Decline of Western Civilization Part 2 – The Metal Years (Penelope Spheeries, 1988)

Penelope Spheerios errou feio em seu foco quando realizou o documentário. A maneira como os entrevistados são apresentados dá a entender que tanto os fãs de Heavy Metal quanto os músicos são “estúpidos”. O filme também registra o auge da era “Glam metal” onde aparecem indivíduos com um visual estranho e andrógeno.


Dream Deceiver: The Story Behind James Vance versus Judas Priest (David Taylor, 1992)

A banda Judas Priest vai a tribunal sob a acusação de que em seus álbuns há músicas com mensagens subliminares. O jovem James Vance atirou na própria cabeça com uma arma, mas felizmente não veio a falecer. Seus pais, no entanto, moveram um processo contra a banda, alegando que havia mensagens subliminares nas canções que falavam sobre morte e suicídio. Rob Hallford, o vocalista da banda, junto com seu advogado provam por “a” mais “b” que as acusações eram mentirosas.


Iron Maiden: Flight 666 (Sam Dunn e Scott Mcfayden 2009)

A banda Iron Maiden teve sua turnê mundial documentada pelo antropólogo Sam Dunn. Bastidores, imagens dos loucos fãs da banda e outras curiosidades acerca dos integrantes do grupo são revelados de uma maneira intimista e divertida.


This is Spinal Tap (Rob Reiner, 1984)

“This is Spinal Tap” na realidade é um “mocumentary” (documentário de fictício com requintes de humor) que conta a história da banda Spinal Tap. A excentricidade dos músicos, as situações estranhas e os bastidores de uma banda são mostrados em cenas cheias de comédia inteligente e piadas rápidas.


Global Metal (San Dunn, 2008)

Mais uma das aventuras do antropólogo San Dunn pelo mundo do Heavy Metal, só que dessa vez ele vai a diferentes países. Egito, Japão, Índia, Jerusalém, México e Brasil são alguns dos lugares onde as pessoas menos esperariam encontrar metal. Outra coisa que este documentário traz é uma sociedade de culturas desconhecidas que vivem à margem da sociedade.

Texto: José Pereira de Barros

José é jornalista e agente de relações públicas.

Imagem: Metalfilms.INC

Mordeth: A esperança do metal rio-clarense

No começo dos anos 90, Rio Claro era uma cidade com uma cultura muito diversificada em matéria de metal. Nos dias atuais, ainda há pequenas bandas. A que mais se destaca neste cenário é a banda Mordeth. Formada pelos músicos Vladmir L. Matheus e Alin Melendez, a banda começou a dar seus primeiros passos em 1989.

Foi uma das primeiras bandas de death metal do interior paulista a emplacar carreira pelo país afora. “O som da banda pode ser descrito como uma harmonia clássica de death com um certo vigor, e as letras são cheias de uma força especial que só a banda tem”, explica Antônio Ferreira Netto, locutor de rádio e headbanger.

Vladmir “Vlad” L. Matheus (vocalista), Alin Melendez (guitarrista), Tamir Celso Vlti (baixista) e “Borbo” (baterista) são os músicos que compõem a atual formação da banda. Em 1993 a banda lançou a coletânea de músicas “Lux in tenebris” e, alguns anos depois, em 1997, o grupo de separa. Vlad monta a banda de heavy HAL 9000, uma banda de thrash metal que ficou bem popular na cidade, enquanto que os outros integrantes seguem carreiras diferentes.

As músicas da banda possuem letras que falam de ecologia e ficção científica, no caso são letras que denunciam a destruição da natureza e exploram o imaginário da mente humana. Embora os temas sejam considerados “brandos” para uma banda de death metal, as letras das músicas deixam claro que o som da banda não é nada leve. Como pode ser notado por um trecho traduzido da música “Dimension of Death. “Mil olhos acessos em outra dimensão, o rei que governa a vida caminha para a destruição. Máquinas perversas funcionam sem direção, pelos cantos da montanha de vidro mórbida”.

Em 2001, a banda se reúne novamente e lança mais uma coletânea, intitulada “Animicide”. Nessa época os integrantes estavam mais maduros e começaram a trabalhar nas composições de maneira séria. “Quem conheceu a banda em 1992 não dava nada para eles, um bando de garotos magricelos e cabeludos que tocavam metal. O visual deles não era diferente de outros grupos. Então, eles subiam no palco e todo mundo ficava boquiaberto. Os caras eram bons”, afirma Ferreira Netto.

Ano passado, a banda gravou uma outra coletânea pelo selo da Megatherion records, uma gravadora independente criada pela banda. O projeto foi intitulado “Robotic Dreams”. Mordeth também teve participações especiais em coletâneas de alguns álbuns de bandas europeias de death. Mordeth ganhou fama país afora no cenário musical nacional – o grupo foi escolhido para fazer o show de abertura da banda norte-americana Gamma Ray, quando tocou no Brasil, em 1997.

“Rio Claro, Piracicaba e Limeira eram ‘mecas’ do metal nos anos de 90. Atualmente poucas coisas são diferentes. Não há festivais e espaços como outrora e os fãs parecem estar se isolando. A verdade seja dita: as bandas antigas continuam resistindo, as novas bandas buscam um lugar ao sol, os fãs continuam fieis. Mas uma coisa é certa: ainda há esperança de que o cenário melhore para todos”, explica Vlad.

Texto: Luciana Nagata

Imagem: Banda Mordeth

Preconceito com o Heavy Metal

Passeando pela internet, topei com um texto que exemplifica bem os preconceitos e a ignorância que, volta e meia, são conferidos ao rock, geralmente feitos por religiosos. Desta vez, voltado exclusivamente à banda de Heavy Metal inglesa IRON MAIDEN. O texto me chamou tanto a atenção, pelo fato de se basear em tanta ignorância, que chega, em muitos pontos, a ser cômico. Deste modo, não pude resistir em publicá-lo, com alguns comentários. Abaixo, segue-se o texto com comentários em cada parágrafo:

IRON MAIDEN – MENSAGENS SUBLIMINARES E IMAGENS EXPLÍCITAS QUE PROMOVEM O DESVIRTUALMENTO DA JUVENTUDE*

O Iron Maiden vai lançar um novo CD em 2010, isso está sendo divulgado na mídia, e os adolescentes e adultos, fãs desta banda, estão eufóricos. É o sinal de que algo vai muito mal na nossa sociedade atual de hoje em dia. Quem não conhece o Iron Maiden pode até pensar que eu quero implicar com a banda. Mas ela promove mesmo a corrupção das mentes dos nossos jovens. A começar pelo culto ao demônio, porque os “músicos” desta banda tocam ao ritmo pesado do rock-pauleira com letras que invocam a Besta, e fazem apologia da guerra, do assassinato e de todo tipo de violência.

É interessante este tipo de perseguição à música, pois a música, como uma forma de expressão artística, deveria ser vista como uma forma de arte como outra qualquer, como o cinema ou a literatura, em que estórias de terror, falando sobre possessões, guerras, assassinatos ou cultos ao demônio, são contadas sem que se pergunte se os atores, ou os escritores, são adoradores do demônio, ou lutam para corromper a juventude. Tudo é visto apenas como entretenimento e diversão; por que com a música tem que ser diferente?

Desde os anos 70, o símbolo da Iron Maiden é um monstro, um tipo de zumbi morto-vivo, chamado Eddie. Uma criatura horrenda que parece saída de filme de terror. No primeiro disco, a música “Iron Maiden” fala sobre um personagem (cujo nome é o mesmo da banda) que não pode ser combatido, nem perseguido, e que tem prazer em ver o sangue de outrem a escorrer de sua cabeça. No segundo disco, “Killers” (“assassinos”, em inglês), as várias músicas falam sobre assassinato, mortes, crimes e outros assuntos relacionados, todos exaltando a figura do assassino, do psicopata. Há inclusive músicas falando sobre magia negra e ocultismo. Na música “Purgatory”, o cantor fala que o demônio tomou conta de sua alma.

Aqui, o autor chega a vislumbrar um pouco do que eu disse anteriormente: “o símbolo da Iron Maiden é um monstro, um tipo de zumbi morto-vivo, chamado Eddie. Uma criatura horrenda que parece saída de filme de terror”; pena que o preconceito de seu autor não o deixa pensar de outra forma, pois veria que uma das faixas do disco Killers, Muders in The Rue Morgue (Assassinatos na Rua Morgue), como outras músicas da banda, foi inspirada em um conto, com o mesmo título, do escritor de mistério americano EDGAR ALLAN POE; um escritor que tinha como temas preferidos a loucura, o sobrenatural e assassinatos; um clássico da língua inglesa que jamais foi acusado de corromper a juventude, e que teve várias de suas estórias transformadas em filmes.

Mas o incentivo do Iron Maiden não é só para o ocultismo e o satanismo, bem como também para a homossexualidade, mostrada no visual de seus integrantes. Todos eles usam cabelos compridos, e roupas coladas ao corpo em cores provocantes, dando a entender que optam por esta orientação sexual. Ao mostrar como aceitável este tipo de vestimenta e cabelo aos jovens, dão mais uma contribuição para que alguns deles sigam o caminho que é contra a natureza do homem e da mulher, qual seja, a postura heterossexual. Nos anos 80 a banda conheceu seu maior sucesso de todos, que durou até o começo dos anos 90. Foi com a música (e o disco) chamados “The Number of The Beast” (“o número da besta”) que o Iron Maiden conquistou o público. A música fala sobre possessão demoníaca, novamente com um tom não-negativo, para evitar que os jovens tenham medo do Adversário.

Esta passagem chega a ser hilária, pois se cabelos compridos fossem sinal de homossexualidade, o que poderíamos dizer da imagem de Cristo?

Tal banda não deveria existir e nem aparecer na TV. Mas canais como por exemplo a MTV (que também divulga “músicos” como Marilyn Manson e Sepultura) fazem de tudo para mostrar a mensagem do Iron Maiden. Hoje em dia vemos jovens e até mesmo crianças escutando essas músicas e comprando estes CDs, usando camisetas. É preciso conhecer a fundo o que é e o que não é saudável de se ler, ouvir e ver, e é por isso que trago estas informações. Fique alerta e vigie seus filhos, veja o que eles andam ouvindo e vendo, especialmente no computador, porque o perigo pode estar inocentemente entrando em nossas casas através da TV, do rádio e agora recentemente da Internet.

Esta outra passagem chega ser perigosa, pois quem irá julgar “o que é e o que não é saudável de se ler, ouvir e ver”? O que já se fez de mal em nome de ideias como virtude, família, religião, Deus etc., é o suficiente para manter o inferno cheio por muito e muito tempo!!!

Texto: Bosco Silva.

Bosco Silva é escritor e colaborador de sites sobre heavy metal.

Imagem: Jornal da Fé, Igreja Universal do Reino de Deus.

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